Santa Olímpia e Santana

O Espírito do Lugar: Santa Olímpia "A Raíz de Nossa Terra"





Em meio à correria do dia-a-dia de uma grande cidade existe um lugar onde sentar à praça para jogar conversa fora, a tranqüilidade e o hábito de cumprimentar o vizinho pelo nome ainda fazem parte do cotidiano da comunidade. Parece estranho, mas acontece!

Seja bem-vindo a Santa Olímpia, a colônia tirolesa de Piracicaba!

Conheça um pouco mais sobre a história desse lugar e a produção do documentário O Espírito do Lugar: Santa Olímpia "A Raíz de Nossa Terra".





A história presente nesta página foi narrada pelo morador do Bairro Santa Olímpia: Sr. Geraldo Stenico, 77 anos, pertencente a segunda geração de tiroleses que fundaram a comunidade em Piracicaba, e personagem que revela o espírito do lugar.

Para contar uma história: O que é a Região Tirolesa?

Durante o século XV até 1813, o Tirol, região alpina localizada na divisa entre a Áustria e a Itália, também conhecida como Província de trento, pertenceu ao Império Austríaco com o nome de Estado do Tirol.

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Mapa Europeu: Localização da Região Tirolesa
  • Divisões:
Região Norte: Estado do Tirol, “dividido” entre Tirol do Norte (Nordtirol) e Tirol do Leste (Osttirol), ambos pertencente à Áustria.

Região Sul: pertencente à Itália, é a Região Autônoma Trentino-Südtirol, subdividida em: Tirol do Sul (Südtirol, também conhecido como Alto Adige) e Trentino (também chamado Welschtirol ou Tirol de língua italiana).

Depois de 1813, a região tirolesa passou a fazer parte do Império Austro-húngaro, por 105 anos, até ser ocupada pela Itália no início da Primeira Guerra Mundial, em 1918.

Entre a Áustria e a Itália

No século XIX, a Província de Trento, constituía a principal rota de comércio com a Europa Central, o que caracterizava o início dos conflitos pela unificação desta região pela Itália.


Regiões do Tirol - Europa

Bandeira da Província Autônoma di Trento

Quando os Estados nacionais começaram a se instalar na Europa, o Trentino se transformou em centro de disputa entre Áustria e Itália, o que dividia a opinião da população local.
Dificuldades

Os problemas referentes ao momento político da Europa, o enfraquecimento do Império Austro-húngaro e as baixas na agricultura obrigaram diversas famílias trentinas a imigrar para outros continentes, em busca de melhores condições de vida e novas oportunidades. Grande parte dos imigrantes optaram pela América. No Brasil as famílias seguiam rumo ao campo, principalmente para região Sul e Sudestes, com o objetivo de conseguir trabalho nas lavouras de café. Durante o percurso, dificuldades com a adaptação, idioma, moradia e emprego fez com que colônias inteiras sofressem anos de pobreza - superados apenas duas gerações seguintes.
Imigração: Como tudo realmente aconteceu

Incentivadas pela família Stenico de Romagnano, que estava no Brasil desde 1877, deixaram o Tirol as famílias Correr, Forti, Brunelli e Pompermayer (Distrito de Romagnano), Degaspari (Distrito de Sardagna), Christofoletti (Distrito de Cortezano), em dezembro de 1881, a bordo do navio alemão Frankfurt, que além dos passageiros levava apenas um baú, com todos os pertences das famílias imigrantes.
Jacob Correr e Rosa Pompermayer - Tiroleses Patriarcas de Santa Olímpia
Famílias Tirolesas que imigraram para o Brasil
Baú Trazido Pelos Imigrantes há 129 Anos (aproximadamente)
Navio Frankfurt

Em 24 de dezembro de 1881, os novos imigrantes desembarcaram na cidade do Rio de Janeiro e no dia 31 de dezembro em Santos, onde seguiram para a Fazenda Sete Quedas, em Campinas, de propriedade de Joaquim Bonifácio do Amaral, conhecido como Sr. Visconde de Indaiatuba, onde trabalharam como colonos, sob regime de parceria. Quando finalizados os contratos, os colonos mudaram-se para cidade de Piracicaba, interior de São Paulo, onde passaram a trabalhar na fazenda Monte Alegre.

Com as economias do trabalho, as famílias compraram a Fazenda Santa Olímpia, no município de Piracicaba, que em 1892, se transformaria no Bairro Santa Olímpia.

Para Superar Desafios

No início, os colonos trabalhavam com o café, pois o cultivo deste recurso ainda era considerado promissor no final do século XIX. Com a crise, na década de 1920, teve início o cultivo de algodão, cana de açúcar, arroz, milho, feijão e hortaliças, além da criação de animais. Vinho e açúcar também eram feitos a base de fabricação própria.

Havia uma única serralheria, pertencente a Luiz Negri; a luz elétrica chegou em meados da década de 1950 e com ela alguns progressos ao bairro. O cultivo da cana de açúcar ainda é mantido por algumas famílias locais.

Santa Olímpia: a colônia tirolesa em Piracicaba
Um lugar para contar história

O Bairro

Bairro Santa Olímpia


Entrada Santa Olímpia - Festa de Comemoração

Fundada por imigrantes tiroleses no ano de 1892, a Colônia Tirolesa de Piracicaba Santa Olímpia mantém viva a memória e tradição tirolesa dos pioneiros, através do folclore, gastronomia, dialeto e modo de viver dos moradores.

O aspecto pacato do Bairro Santa Olímpia não limita a alegria de seus habitantes, e, assim, seus moradores mantém atividades culturais como um grupo folclórico com mais de 110 integrantes, três corais, grupo teatral típico e pequenas bandas musicais.

A sede da Associação de moradores de Santa Olímpia é a mais antiga casa colonial do bairro, datada do início do século XX, e que serviu em outras épocas como local de encontros importantes e festas. No mesmo local funciona o Centro Histórico-Cultural, que possui um pequeno museu com objetos pertencentes aos pioneiros do bairro.


Entrada do Museu
Acervo do Museu:
Réplica da Igreja Central, Produzida em Madeira

Réplica do Primeiro Quarto Utilizado Pelas Famílias Imigrantes







Sala do Museu



Fogão de Lenha

Pintura do Bairro de Santa Olímpia - Primeira Estrutura

Para homenagear o centenário da chegada dos primeiros imigrantes trentinos, foi inaugurado em 1992 um monumento aos pioneiros, com nomes dos "patriarcas" do Bairro Santa Olímpia, o casal Jacó Correr e Rosa Pompermayer.

O objetivo da comunidade do Bairro de Santa Olímpia é preservar no dia a dia os costumes trentinos, seja no modo de viver, nos pratos típicos ou manifestações culturais, importantes fatores que não devem ser esquecidos pelos descendentes tiroleses.

Dialeto: o Idioma Tirolês

É na região trentina que se pode notar uma verdadeira mescla cultural ítalo-germânica, já que nas demais regiões tirolesas a língua principal é a alemã.

Na Colônia Tirolesa de Piracicaba, a mescla destas culturas fica muito evidente, como é o caso do dialeto trentino que possui 85% de influência italiana.

Junto à praça em estilo europeu é possível ouvir entre uma conversa e outra o dialeto ítalo-tirolês, ainda falado pelos habitantes do local, e não apenas pelos mais velhos, mas também por jovens e crianças, com o objetivo de preservar o dialeto.

Quais são os Idiomas do Tirol?

A região tirolesa possui três idiomas oficiais, que se dividem em vários dialetos.

  • ALEMÃO (BÁVARO): idioma falado na maior parte do Tirol. É a língua original do Land Tirol (Áustria) e do Südtirol (Itália), além de ser mantido desde o século XIII em alguns vales do Trentino.
  • LADINO: ou ladin é a língua mais antiga do Tirol, falada em alguns vales entre o Südtirol e o Trentino.
  • ITALIANO (DIALETO TRENTINO): língua oficial do Trentino e do Südtirol (embora predomine o alemão), e é geralmente a segunda língua de aprendizado (junto com o inglês) no Tirol austríaco. No Trentino, além do italiano, fala-se o dialeto trentino, que se subdivide em subdialetos referentes a cada vale. O dialeto trentino é também chamado tirolés e até o século XVIII era comumente designado como dialetto tirolese, por ser uma língua de origem latina existente no Tirol. O dialeto trentino é uma “evolução” do idioma ladino (acima descrito), mas que sofreu influências dos dialetos italianos lombardo e vêneto. Além disso, existe um grande número de palavras de origem alemã no dialeto, principalmente do alemão tirolês.
 Cultura e Religião

Após a dominação italiana na parte sul do Tirol, em meados de 1918, a cultura tirolesa sofreu diversas vezes a repressão do governo que procurou “apagar” a cultura original e substituí-la por outra. A partir da década de 1920 com o governo fascista de Mussolini foi proibida qualquer ligação cultural com os tiroleses de língua alemã da Áustria.


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Pontos Turísticos:

Atualmente, os hábitos, folclore, trajes típicos, arte popular, religião, culinária e musicalidade estão presentes no cotidiano da comunidade tirolesa.

Igreja Imaculada Conceição
Construída entre 1953 e 1956. Localizada na praça central.

Sino da Igreja
Trazido da Alemanha, em 1923.

Via Sacra
Construída em 1945, conforme a antiga tradição arquitetônica – possui 90 degraus, divididos em 15 lances de escadas (01 para cada estação da Via Sacra).

Praça Pedro Jacob Stenico
Praça central onde são realizados os principais encontros e eventos do bairro.

Monumento dos Fundadores
Obra do escultor piracicabano Marco Antonio Cavallari, em homenagem as primeiras famílias imigrantes. Inaugurado em 1992, pela comunidade.

Museu Santa Olímpia
Mais antiga construção de Santa Olímpia representa a primeira casa do bairro – ocupada pela família Stenico após a vinda de Campinas. Fundada como museu em 2011, sendo utilizada também como sede do curso de tirolês.

Café Tirol
Típica construção tirolesa, onde são vendidas as iguarias culinárias da comunidade.

Fonte Croz
Construída antes da vinda tirolesa para Piracicaba é a principal fonte de água utilizada pela colônia. Em 2000, passou por um processo de revitalização, que manteve suas características originais. O nome “Cròz” significa “rocha dura”.

Portal Trentino
Localizado na entrada da Colônia Tirolesa de Piracicaba, foi esculpido pelo piracicabano Marco Antonio Cavallari, para representar as famílias que fundaram os bairros Santa Olímpia e Santana (bairro vizinho).

  • Curiosidade: a ponta do monumento significa mãos postas como sinal de fé; as flechas simbolizam as direções tomadas pelos imigrantes ao formarem os dois bairros; a inscrição no arco, em italiano, 'Benvenutti alle comunitá trentine' simboliza a união entre os dois bairros; a base representa os joelhos dos fundadores Jacob Correr e Bartolllo Vitti; a borboleta é o símbolo oficial da região de Trento; a flor representa a típica canção 'Massolin di Fiori'; e as alianças simbolizam a união dos bairros tiroleses (Santa Olímpia e Santana).

Capitèl
Símbolo religioso, trazido pelos fundadores a mais de 120 anos. Presente na entrada das moradias representa a proteção para a família, sendo geralmente construído em madeira ou alvenaria.

Madona Del Cedro
Conhecida como “ntra Le vale”, entre os vales, esta localizada em um pequeno santuário da mata nativa na região, em homenagem a Nossa Senhora da Imaculada Conceição.

Alambique Stenico
Pertencente a Fazenda Negri, onde são produzidas cachaças artesanais, envelhecidas em barris de carvalho.

La Stùa
Restaurante, localizado na praça central.

Pizzaria Nonno Giotti
Tradicional pizzaria tirolesa possui arquitetura inspirada nas construções alpinas do Tirol.

Coro Stella Alpina
Fundado em 18 de agosto de 1990, o Coro Stella Alpina é o mais antigo coro de Santa Olímpia e um dos poucos em estilo folclórico existentes no Brasil.

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Curiosidades: Festas em Santa Olímpia

  • Festa da Polenta: tradicional festa que comemora a imigração trentina para a cidade de Piracicaba. Sempre realizada no último final de semana do mês de Julho, a Festa da Polenta reúne musica típica, gastronomia, danças folclóricas e a famosa hospitalidade trentina.
  • Festa da Cuccagna: no Carnaval, toda a comunidade de Santa Olímpia participa da tradicional Festa della Cuccagna, que acontece somente na terça-feira de Carnaval. O nome cuccagna é uma expressão do dialeto trentino para indicar fartura. Também é o nome de um prato típico, servido na festa.
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Calendário Cultural 2012

FEVEREIRO
04/02 - Baile pré Carnaval
18/02 - Carnaval das cores

MARÇO
24/03 - Concerto CORO LA TOR de Caldonazzo (Trento-Itália)

ABRIL
08/04 - Páscoa - concurso Ovos Tingidos.
14/04 - Teatro - peça NONOBERTO NON È MORTO

JUNHO
02/06 - Festa Junina
03/06 - Escolha da Rainha e Princesas da XVI Festa da Polenta
09/06 - Show Sertanejo.

JULHO
08/07 - Jantar do Circolo Trentino di Santa Olimpia e apresentação da Rainha e Princesa da XVI Festa da Polenta
14/07 - Desfile de divulgação da XVI Festa da Polenta em Piracicaba
20 a 22/07 - XVI Festa da Polenta.

AGOSTO
18/08 - Encontro de Corais e Grupos de Danças.

SETEMBRO
07/09 - Desfile Sete de Setembro
15/09 - Jantar do Coro Stella Alpina e Càneva.

OUTUBRO
07/10 - Domingão ecológico
14/10 - Domingão para as crianças

NOVEMBRO
04/11 - Passeio ciclístico
11/11 - Domingão tirolês.
24 e 25 - Festa pelos 120 anos de Fundação do Bairro. Inauguração do Campanário de Nossa Senhora da Conceição.

DEZEMBRO
01/12 - Mercadìn de Nadàl
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BIBLIOGRAFIA

OLÏMPIA, Santa. Rota Tirolesa. Disponível em: <http://rotatirolesa.com.br/>. Acesso em: 05 maio 2012.

OLÏMPIA, Santa. Comunidade Trentino - Tirolesa. Disponível em: <http://santaolimpia.com.br/>. Acesso em: 05 maio 2012.
ALTMAYER, Everton. Do Que Sou Descendente? De Tiroleses!: pequena introdução sobre as origens trentinas dos bairros Santana e Santa Olímpia - Piracicaba/SP. Ano: 2009. 24p.

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EXTRAS
Projeto realizado para o 5º semestre do cusro de Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda - Disciplina Linguagem Audiovisual, da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), sob orientação do Profº Fabiano Pereira.

Direção e Produção: Teles Cristiano Candido
Fotografia: Teles Cristiano Candido
Redação: Jéssica Doni
Participação: Geraldo Stenico, o “Espírito do Lugar”; Maria Helena Stenico Forti, costureira; Bruna Maralígia Sebastião Correr, membro do Grupo de Dança; Aline de Moraes Arieta Correr, auxiliar do Grupo de Dança; Catarina Degasperi Forti, parteira; e Leonardo Degasperi, coordenador cultura e professor de tirolês.

Making Off do Documentário "O Espírito do Lugar: Santa Olímpia "A Raíz de Nossa Terra"





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Santana:
Este é um documentário onde os próprios moradores contam um pouco de suas histórias em relação ao bairro.          




HISTÓRIA

  Conhecendo um pouco da Historia da imigração da família Vitti – que se estabeleceram na fazenda de Sant´Ana – hoje bairro de Santana.
  Em julho de 1877 a família de Bortolo Vitti e Maria Sartori Vitti e seus 10 filhos partem de Meano, Vigo-Cortezano, Trento, região do norte da Itália, situada nos Alpes, entre a Itália e a Áustria, no Tirol Trentino, em busca de uma vida melhor, pois as condições de vida eram precárias devido ás guerras a fome a escassez de emprego e a família numerosa.


BORTOLO VITTI E MARIA SARTORI VITTI

  No dia 31 de Julho a família embarca no porto de Genova, Itália no navio NORD AMÉRICA com o destino Brasil. A chegada deu-se em 23 de agosto de 1877, no Rio de Janeiro e continuando a viagem ate chegar em Santos – São Paulo, onde receberam a oferta para trabalhar na fazenda Sete Quedas de propriedade do Barão Joaquim Bonifácio de Andrade - Visconde de Indaiatuba, no cultivo do café e fazendo um contrato de 10 anos de trabalho. Durante esse período fizeram economias e a família foi crescendo e conseguiram comprar um pequeno sítio em Rio Claro denominado Sete Cabeças, permanecendo nesse sítio por seis anos.
  Em 1° de Agosto 1893 a família tornava-se cada vez mais numerosa e mais uma vez com suas economias conseguem comprar a fazenda Sant´Ana, hoje denominado Bairro Santana, localizado no Município de Piracicaba, iniciando seus trabalhos no cultivo do café, algodão e produtos de subsistência e mais tarde a cana-de-açúcar, a qual predomina até hoje.
As dificuldades foram lentamente vencidas, principalmente a língua, o clima, a alimentação, devido à grande fé, o amor ao trabalho, a Maria Santíssima e aos bons costumes por eles vividos.
  O contato com os parentes do país de origem cessaram, pois lá se espalhou a noticia de que o navio que vieram naufragou na vinda para o Brasil, mas na realidade aconteceu na volta.
A descoberta da existência de parentes no país de origem deu-se em 1987, quando Pe Moacyr Jose Vitti, Dirce Gobette e Silvia Maria Vitti por intermédio de Bruno Fronza que na época era Presidente a Associazione Trentino Nel Mondo, comunicou as famílias Vitti, Negri, Chistofoletti que teria vindo ao Brasil visitar o Circolo Trentino de São Paulo e ficou sabendo da existência do Bairro de Santana e aproveitou para visitar e conhecer. A partir desta data começou um intercâmbio entre as famílias, e um ano depois vieram os Vitti nos visitar, e continua até hoje os laços de amizade.
  A religiosidade dos descendentes trentinos sempre foi forte. Em 1927 na comemoração da chegada ao Brasil, sentiram a necessidade de construir uma capela, pois a sala da casa grande onde se reuniam tornou-se pequena e foi dado início a formação de uma comissão para iniciar a construção de uma capela, sendo inaugurada em 1929 com o nome de capela Sant´Ana, sendo a padroeira do bairro.



Capela Sant´Ana (1929)

Capela Sant´Ana (1929)




  Com o passar do tempo a igreja tornou-se pequena e também com o comprometimento da estrutura foi necessário demoli-la. Em 1960 iniciou-se a construção da atual igreja sendo inaugurada em 1965 e hoje faz parte da Quase Paróquia Imaculada Conceição e Santana, diocese de Piracicaba.
                                                    

Atual igreja Sant'Ana (1965)


O QUE É O TIROL?

  O Tirol é uma região alpina dividida entre Áustria e Itália. Do século XV
até 1813 a região tirolesa pertenceu ao Império Austríaco com o nome Estado do Tirol. A
partir de 1813, fez parte do Império Austro-húngaro e pertenceu ao mesmo até 1918.
  Depois da Primeira Guerra Mundial (1918), a metade sul da região foi ocupada pela Itália.


Países da Europa e localização do Tirol.


  Ao norte, pertencente à Áustria, está o Estado do Tirol, “dividido” entre Tirol do
Norte. Ao norte, pertencente à Áustria, está o Estado do Tirol, “dividido” entre Tirol do
Norte (*ordtirol) e Tirol do Leste (Osttirol). Ao sul, pertencente à Itália, está a Região
Autônoma Trentino-Südtirol, subdividida em: Tirol do Sul e Trentino



O QUE FOI A IMIGRAÇÃO TIROLESA PARA O BRASIL? COMO E
QUANDO OCORREU?

  A grande causa da emigração foi a crise no setor agrário, pois a economia tirolesa
havia perdido mercado com o boicote italiano ao vinho do Vale do Rio Ádige (era uma
resposta à Áustria quando esta perdeu os territórios de Milão e Veneza). Além disso, o
serviço militar obrigatório que o governo austríaco impunha aos jovens, fez com que
muitos ficassem durante longos períodos de tempo fora de casa; isso atrapalhava a
economia familiar e várias famílias empobreceram. Demais regiões da Itália e Alemanha
participaram da imigração e os tiroleses viram na saída de sua terra natal a alternativa
encontrada para a crise.
  O Brasil foi o país que mais recebeu emigrantes tiroleses. Cerca de trinta mil
tiroleses desembarcaram no Brasil entre os anos de 1870 e 1940; tendo se estabelecido
principalmente nos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e
Espírito Santo e, em menor número, nos estados de Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia
GROSSELLI (1986). O estado de Santa Catarina é aquele que mais recebeu imigrantes
tiroleses, principalmente trentinos (tiroleses de língua italiana).


COMO É DIVIDIDA A REGIÃO TIROLESA?

A região tirolesa faz fronteira ao norte com a Alemanha, ao sul com a Itália, ao
Leste com a Áustria e a oeste com a Suíça.



Região Tirolesa e suas fronteiras

  O Tirol formava um estado único, pertencente ao Império Austriaco.
Atualmente, por causa da divisão pós I Guerra Mudial (1914 – 1918), a
região ficou dividida em 4 regiões:


Pertencente à Áustria
1 - Tirol do Norte (_ordtirol)
2 - Tirol do Leste (Osttirol)
Pertencente à Itália
3 - Tirol do Sul (Südtirol)
4 - Trentino (Welschtirol - Tirolo Italiano)
5 – Ampezzo (Haydn)


O BAIRRO DE SANTANA

  Para os primeiros descendentes trentinos que aqui chegaram, muitos foram às lutas, os tropeços, as dificuldades, para guardar, manter e passar para as futuras gerações o belo legado que trouxeram, a fé, o amor ao trabalho a religiosidade, e os bons costumes não se deixando abater. E hoje muito do que foi deixado continua vivo e presente, através da fé, das danças, das musicas, da culinária, procurando sempre resgatar o que foi deixado.
1º Geração de Homens

1º Geração de mulheres (menos os 2 padres)


Um momento muito forte que contribuiu para esse resgate foi em 1977, ano do centenário da imigração trentina ao Brasil, ano em que houve uma grande festa com a presença de autoridades, muitas danças, cantos, comidas típicas, procurando resgatar a tradição que foi deixada pelos nonos.


Outro momento importante para o bairro foi no ano de 1993 com os preparativos e a festa do centenário do bairro, onde foi criado o símbolo da comunidade, o macinho de flor – "Mazzolin di Fiori" e a frase “Esperança de uma Vida Nova”, fortalecendo ainda mais as tradições, foi uma grandiosa festa onde todo o bairro se envolveu, essa festa deixou grandes marcos que ate hoje podem ser vistos. O primeiro está na entrada do bairro, um monumento que conta o entrelaçamento entre os bairros de Santana e Santa Olímpia com os seus respectivos símbolos: em Santana o “Mazzolin di Fiori” e em Santa Olímpia a borboleta.


CIRCOLO TRENTINO di PIRACICABA
 
  O Circolo Trentino di Piracicaba é uma instituição sem fins lucrativos com o objetivo de preservar as tradições tradizas por Bortolo Vitti e Maria Sartori Vitti.
  Segue o vídeo com o presidente do Circolo Trentino, Silvério Vitti, falando um pouco sobre a criação da instituição.




              Circolo Trentino di Piracicaba - Silvério Vitti
              Everton Altmayer - O Tirol -Pequena introdução sobre a região tirolesa - São Paulo 2010